Foto: Rian Lacerda (Diário)
Uma obra na Rua Capitão Vasco da Cunha, em Santa Maria, tornou-se um retrato do abandono para os moradores da região. O que deveria ser a passagem por baixo da BR-287, numa espécie de pequeno túnel abaixo da rodovia, para conectar os bairros Parque Pinheiro Machado e Juscelino Kubitschek, é hoje um canteiro de obras paralisado, inclusive com mato alto. A obra faz parte da duplicação da Travessia Urbana de Santa Maria, sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Para os moradores e empresários, a longa espera pela conclusão da obra já causou o fechamento de comércios e aumentou.
Na manhã de quinta-feira (28), a reportagem do Diário esteve no local e encontrou um cenário de paralisação. Não havia máquinas ou operários trabalhando. O que resta da obra é uma passagem improvisada, utilizada por pedestres que cruzam o trecho.
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“Já era para ter feito há tempos”
A frustração é visível no rosto de quem convive diariamente com o problema. João Carlos de Castro, 75 anos, mora no local desde 1974 e acompanha a promessa da obra há pelo menos 10 anos. Segundo ele, não há registros de trabalhos significativos na parte inferior da obra, na Rua Vasco da Cunha, há pelo menos três anos.
– Já era para ter feito há tempos atrás, né? Até hoje não foi feito nada, fica só na promessa. Está difícil – desabafa o aposentado.
Ele conta que a falta de movimento e iluminação na área, causada pela obra inacabada, trouxe prejuízos e insegurança para a vizinhança.
– Acabaram fechando comércios, na esquina ali tinha outro armazém, tudo fechou. Não tem passagem. Nos roubaram o ar-condicionado, roubaram tudo aqui na frente. Fica tudo escuro, não tem iluminação – relata Castro.
O que diz o Dnit
Procurado pela reportagem, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que a conclusão da obra de duplicação de toda a Travessia Urbana está prevista para dezembro deste ano. Segundo o órgão, as equipes estão atualmente trabalhando em outra frente, na Urlândia, e a estratégia para a Vasco da Cunha é mobilizar máquinas e materiais para executar o serviço em uma única etapa.
O órgão confirmou que os trabalhos no local ainda não foram reiniciados, mas que estão providenciando o material para, em breve, iniciar a construção dos muros de gabião.